O governo dos Estados Unidos confirmou nesta segunda-feira (21) a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos agrícolas brasileiros, medida que já está sendo considerada uma das mais severas em anos recentes no comércio bilateral. A decisão impacta diretamente o agronegócio nacional, principalmente exportações de suco de laranja, café, carne bovina e soja, que compõem parte significativa da pauta de exportação brasileira.
O anúncio foi feito pelo Departamento de Comércio norte-americano como parte de uma política protecionista adotada pela nova gestão do presidente Donald Trump. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, classifica a medida como “hostil e injustificada” e estuda retaliar com medidas similares, em meio a um clima crescente de tensão diplomática.
O impacto imediato foi sentido nos mercados de commodities: os preços futuros do suco de laranja subiram cerca de 25% na Bolsa de Nova York, enquanto o café arábica teve alta de 6%, segundo dados do Wall Street Journal e Investopedia.
Produtores brasileiros demonstram preocupação com a perda de competitividade no maior mercado consumidor do mundo. “Essa tarifa compromete a margem de lucro e pode provocar deslocamento de parte da produção para mercados secundários, com menor valor agregado”, afirmou o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins.
Analistas econômicos apontam que a medida deve agravar pressões inflacionárias nos EUA e também impactar o Brasil, principalmente em regiões fortemente dependentes do agronegócio. Estimativas preliminares indicam que o impacto poderá representar queda de até 0,4% no PIB agrícola brasileiro em 2025, caso o conflito comercial se prolongue.
O Ministério da Economia avalia levar a disputa à Organização Mundial do Comércio (OMC), e articula com países da União Europeia e do Mercosul uma resposta diplomática conjunta. Enquanto isso, especialistas recomendam cautela e revisão de estratégias de exportação para reduzir dependência de mercados únicos.
FONTE: investopedia.com