Guerra tarifária entre Brasil e EUA pode causar prejuízo de R$ 1,9 bilhão ao Paraná, aponta estudo

A crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos pode gerar impactos significativos na economia do Paraná, com perdas estimadas em até R$ 1,9 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) estadual. A projeção consta de um estudo divulgado nesta sexta-feira (18) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que analisou os efeitos potenciais da nova política tarifária norte-americana, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.

O pacote de medidas inclui tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, em retaliação a políticas ambientais e fiscais consideradas “injustas” pela atual administração dos EUA. Entre os setores mais afetados no Paraná estão o agronegócio, a indústria madeireira e o setor sucroenergético, com destaque para as exportações de etanol e produtos de madeira, como compensados e molduras.

De acordo com o relatório, 40% das exportações paranaenses aos EUA são oriundas da cadeia da madeira, o que representa um volume de US$ 615 milhões por ano. Empresas do setor já iniciaram férias coletivas preventivas e alertam para o risco de fechamento de unidades e demissões em massa — o segmento emprega atualmente mais de 38 mil trabalhadores em todo o estado.

O impacto também pode ser sentido nos portos de Paranaguá e Antonina, que movimentam grande parte dos produtos exportados aos EUA, além de afetar a logística e o comércio exterior de diversos municípios do interior, especialmente nas regiões Norte, Oeste e Sudoeste.

O governo do Paraná ainda não se pronunciou oficialmente sobre o estudo, mas fontes ligadas à Casa Civil indicam que o tema será levado à agenda do Fórum Nacional de Governadores, com articulação direta junto ao Itamaraty para tentar reverter ou mitigar os efeitos da medida.

Especialistas apontam que, se implementada, a tarifa poderá comprometer não apenas os indicadores econômicos regionais, mas também a geração de empregos e arrecadação fiscal. “Trata-se de uma ameaça real ao nosso principal elo comercial internacional”, alerta o economista Daniel Mendes, da Fiep.

FONTE: cbncuritiba.com