Ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 iniciaram nesta quarta-feira, em Durban, África do Sul, uma série de reuniões sob forte pressão diplomática. O pano de fundo do encontro são as recentes tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos, que geraram incertezas nos mercados globais e reacenderam o debate sobre protecionismo econômico.
A presidência sul-africana do G20 destacou como prioridades a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento, o financiamento climático e o alívio das dívidas de países vulneráveis, sobretudo no continente africano. No entanto, o foco das atenções recai sobre os desdobramentos das políticas tarifárias da gestão Trump, que anunciou nas últimas semanas tarifas de até 50% sobre exportações de países como Brasil, Japão e Alemanha.
Autoridades europeias e representantes de economias emergentes expressaram preocupação com os impactos sistêmicos da medida. Segundo fontes diplomáticas, houve forte apelo por ações coordenadas para mitigar riscos inflacionários e proteger cadeias globais de suprimentos, ameaçadas pelo aumento de barreiras comerciais.
Durante o encontro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou dados preliminares que indicam que o protecionismo pode reduzir em até 1,2% o PIB global até 2027, caso as tensões não sejam resolvidas.
A ministra sul-africana das Finanças, Enoch Godongwana, anfitriã do evento, afirmou que “o G20 precisa liderar com responsabilidade neste momento de divisão internacional. Precisamos fortalecer o multilateralismo e construir uma nova ordem econômica baseada em cooperação, não confronto”.
As reuniões seguem até sexta-feira, com expectativa de que um comunicado conjunto proponha mecanismos de resolução de disputas tarifárias, além de reforçar compromissos com o financiamento sustentável e com a inclusão digital nos países em desenvolvimento.
FONTE: reuters.com