Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta terça-feira revelam que o Brasil alcançou 59,2% de crianças alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental, uma melhoria em relação aos 56% registrados em 2023. Apesar do avanço, o índice ainda está aquém da meta de 64% estipulada para este ano no Indicador Criança Alfabetizada.
A pesquisa abrangeu mais de 4.800 municípios e mostra que 58% das redes municipais de ensino apresentaram evolução nos níveis de alfabetização. O desempenho foi puxado, sobretudo, por estados como Ceará, Paraná e Minas Gerais, cujos índices superaram a marca dos 70%, servindo de referência para outras unidades da federação.
Segundo especialistas, o crescimento é reflexo direto das ações do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, política do Ministério da Educação que promove a formação continuada de professores, apoio técnico e envio de materiais pedagógicos às redes locais.
Ainda assim, o cenário permanece desigual. Enquanto alguns estados superaram largamente os 60%, outros enfrentam dificuldades logísticas e pedagógicas. A crise climática e as enchentes registradas no Rio Grande do Sul, por exemplo, impactaram diretamente os resultados locais — com o estado apresentando uma queda acentuada, de 63,4% para 44,6%.
A secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt, afirmou que o foco agora é fortalecer a cooperação federativa. “Estamos construindo uma política de alfabetização sólida, mas precisamos garantir que ela chegue a todas as salas de aula com qualidade e equidade”, destacou.
O Inep planeja lançar ainda neste ano novos painéis interativos para que estados e municípios acompanhem os indicadores em tempo real e adaptem suas estratégias com base em dados atualizados.
FONTE: gov.br