Mercados globais amanhecem no vermelho, pressionados por nova escalada tarifária dos EUA

Economia19 hours ago

Os principais índices acionários do planeta iniciaram a semana em terreno negativo. O MSCI World recuava 0,1%, enquanto o pan-europeu STOXX 600 cedia 0,4%. Em Nova York, os futuros do S&P 500 e do Nasdaq apontavam queda de 0,3%, sinalizando um pregão de cautela em Wall Street.

O gatilho da aversão ao risco veio de Washington: no fim de semana, o presidente Donald Trump ameaçou impor tarifas de 30% sobre a maior parte das importações da União Europeia e do México a partir de 1.º de agosto, ampliando a lista que já inclui sobretaxas de 50% a produtos brasileiros e de 35% a bens canadenses. Analistas temem um efeito dominó sobre cadeias globais de suprimento e inflação.

Na Europa, as bolsas de Frankfurt e Paris lideravam as perdas, enquanto Londres resistia levemente no campo positivo. Bruxelas decidiu prorrogar até o início de agosto a suspensão das contramedidas contra tarifas norte-americanas, mas o ministro das Finanças da Alemanha defendeu resposta “firme” caso as taxas entrem em vigor.

O clima foi misto na Ásia: Hong Kong e Xangai subiram depois que dados mostraram alta de 5,8% nas exportações chinesas em junho, mesmo com queda de quase 10% nos embarques aos EUA. Já Tóquio e Sydney fecharam em baixa, refletindo temores de menor crescimento global e a disparada dos juros dos JGBs japoneses para o maior nível desde abril.

Nos mercados de câmbio e commodities, o euro recuava para US$ 1,16 e o iene se firmava como refúgio, enquanto o ouro avançava 0,5%, a US$ 3.371 a onça-troi. O petróleo Brent subia 1,4%, acima de US$ 71 o barril, em meio a especulações sobre novas sanções norte-americanas à Rússia. Já o Bitcoin cravava novo recorde histórico, superando US$ 123 mil, atraindo parte do fluxo defensivo.

Para Jim Reid, estrategista do Deutsche Bank, o noticiário comercial mantém os mercados “numa montanha-russa permanente, embora cada vez mais investidores pareçam ‘anestesiados’ às reviravoltas”. O foco agora se volta para a divulgação, amanhã, da inflação ao consumidor nos EUA e do PIB chinês do 2.º trimestre – dados que podem redefinir o humor dos investidores na segunda metade de julho.

Enquanto isso, o Banco Central Europeu e o Federal Reserve são pressionados em sentidos opostos: de um lado, a inflação potencialmente importada pelas tarifas; de outro, o risco de desaceleração do crescimento mundial. A equação, alertam economistas, promete manter a volatilidade como palavra-de-ordem nos próximos pregões.

FONTE: reuters.com

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