Empresas veem computação quântica como principal ameaça à segurança cibernética nos próximos cinco anos

Um estudo global divulgado nesta quinta-feira (10) pela consultoria Capgemini revelou que 66% das empresas já consideram a computação quântica como a maior ameaça à segurança cibernética no horizonte de três a cinco anos. O relatório, que ouviu executivos de tecnologia em mais de 20 países, destaca um sentimento crescente de urgência em relação à chamada “ciber-resiliência quântica”.

A preocupação central gira em torno do potencial das máquinas quânticas para quebrar algoritmos de criptografia atualmente utilizados na proteção de dados bancários, comunicações governamentais e sistemas críticos de infraestrutura. Tecnologias como o RSA-2048, padrão em segurança digital, estariam vulneráveis diante de um computador quântico funcional capaz de executar algoritmos de fatoração avançada.

Apesar de ainda estarmos em uma fase inicial da computação quântica operacional, grandes potências como Estados Unidos, China e União Europeia vêm acelerando pesquisas no setor — tanto para fins científicos quanto estratégicos. Segundo o relatório da Capgemini, apenas 23% das empresas entrevistadas afirmam estar preparadas para uma era pós-quântica, enquanto mais de 70% admitem não ter sequer iniciado planos de atualização dos seus sistemas de segurança.

“Há uma corrida silenciosa entre o avanço da computação quântica e a transição para protocolos criptográficos resistentes a essas novas capacidades. A janela de tempo para agir está se fechando”, alerta Renata Paiva, especialista em segurança digital da consultoria.

O estudo também aponta que setores como finanças, telecomunicações, defesa e saúde estão entre os mais vulneráveis, dada a natureza crítica e sensível das informações que gerenciam. A recomendação central do relatório é que empresas comecem imediatamente a adotar medidas de “criptografia quântica segura” e invistam em formação de profissionais especializados em segurança pós-quântica.

FONTE: capgemini.com