O governo dos Estados Unidos anunciou a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros como petróleo bruto, aço, ferro e aeronaves, em uma decisão que reacende as tensões comerciais entre os dois países e pode impactar diretamente setores estratégicos da economia nacional.
A medida, divulgada oficialmente pelo Departamento de Comércio norte-americano, justifica-se por “desequilíbrios comerciais persistentes e necessidade de proteger indústrias nacionais”. Analistas apontam, no entanto, que o novo pacote tarifário tem forte viés político e pode representar retaliação comercial, em meio a reconfigurações diplomáticas impulsionadas pelo novo governo republicano dos EUA.
O Brasil é um dos principais fornecedores de aço semiacabado e petróleo para o mercado americano. Segundo dados da balança comercial, só em 2024 foram exportados US$ 6,8 bilhões em produtos afetados pela nova tarifa, o que coloca o país entre os mais vulneráveis à decisão.
Entidades do setor industrial, como a Associação Brasileira da Indústria do Aço (AçoBrasil) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), criticaram duramente a medida e cobraram resposta imediata do governo brasileiro. “Trata-se de uma barreira injusta que compromete a competitividade do Brasil em seu principal mercado extrazona”, afirmou o presidente da Fiesp, Rafael Cervone.
O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informaram que já estão avaliando ações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e não descartam sanções recíprocas.
Economistas alertam que o impacto da tarifa poderá ser mais severo para estados com forte perfil exportador, como Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul, que concentram grande parte da produção de aço, ferro e petróleo.
FONTE: uol.economia.com