Caso de menino autista amarrado em escola do Paraná expõe falhas graves na inclusão escolar

Educação2 days ago

Um episódio alarmante ocorrido em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, reacendeu o debate sobre a precariedade da inclusão escolar no Paraná. Uma professora foi presa preventivamente após ser acusada de amarrar um aluno autista de 9 anos no banheiro da escola onde lecionava. O caso, tratado como tortura, gerou forte comoção social e levou especialistas a denunciarem a falta de suporte efetivo nas unidades de ensino para atender estudantes com deficiência.

Segundo informações da Polícia Civil, o menino — diagnosticado com autismo nível 3, o mais severo da escala — foi encontrado amarrado por um funcionário da escola, que imediatamente acionou os pais e as autoridades. A professora responsável alegou que a medida foi tomada como forma de “conter uma crise de agressividade”, justificativa que não convenceu a promotoria.

O caso levantou críticas de educadores e especialistas em inclusão, como a professora e ex-diretora do Banco Mundial, Claudia Costin, que declarou publicamente: “A escola falhou. Não se trata apenas de matricular, mas de garantir que o aluno com deficiência tenha condições de estar, pertencer e aprender”.

Atualmente, o Paraná possui uma das maiores redes estaduais de inclusão do Brasil, com milhares de estudantes com deficiência matriculados. No entanto, denúncias sobre a insuficiência de profissionais de apoio, capacitação deficiente e falta de estrutura adequada têm sido recorrentes.

A Defensoria Pública do Estado acompanha o caso e cobra um plano emergencial da Secretaria de Estado da Educação para ampliar o suporte a alunos com transtornos do neurodesenvolvimento. Em nota, a Seed-PR informou que está colaborando com as investigações e que revisará os protocolos de atendimento.

Entidades de defesa dos direitos das pessoas com deficiência reforçam que o episódio não pode ser tratado como um caso isolado. Para elas, o incidente é reflexo de uma cultura escolar despreparada para a inclusão plena, que ainda privilegia a lógica da adaptação improvisada em vez da estrutura preventiva.

A família da criança, abalada, pediu justiça e declarou que busca garantir que outros estudantes não passem pela mesma violência.

FONTE: Correio Braziliense

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