“Capitalismo chinês” avança no Brasil com tecnologia acessível e agressiva concorrência de mercado

EconomiaTecnologia2 days ago

Um novo modelo de concorrência vem ganhando força no mercado brasileiro: trata-se da atuação crescente de empresas chinesas de tecnologia e manufatura, caracterizada por preços competitivos, alta eficiência produtiva e inovação acelerada — um fenômeno que economistas e analistas já chamam de “capitalismo chinês” em solo nacional.

Gigantes como BYD (carros elétricos), Huawei (infraestrutura 5G), Xiaomi (eletrônicos) e Shein (varejo digital) estão consolidando presença em setores estratégicos da economia brasileira. Seus produtos oferecem tecnologia de ponta a preços abaixo da média do mercado nacional, desafiando fabricantes locais e empresas tradicionais que enfrentam maiores custos operacionais.

De acordo com estudo da Fundação Dom Cabral, o diferencial dessas companhias está no modelo de produção verticalizada e apoio governamental robusto, com incentivos à exportação e acesso facilitado a capital. “Essas empresas chinesas não competem apenas em preço, mas em escala, agilidade e controle de toda a cadeia produtiva. Isso muda a lógica do mercado”, afirma o economista Pablo Lima, professor de comércio internacional.

O avanço chinês também é percebido no setor automotivo. A BYD, que já possui fábrica na Bahia, anunciou recentemente novos investimentos em mobilidade elétrica, mirando a liderança no segmento de carros populares eletrificados. Enquanto isso, a Shein ampliou centros logísticos e articula produção local com pequenos fornecedores brasileiros.

Para especialistas, o movimento exige revisão de políticas industriais brasileiras, especialmente em setores de base tecnológica. “Estamos diante de uma disputa assimétrica. A reação precisa ir além da taxação de importados: envolve estratégia nacional de inovação, proteção inteligente e qualificação da mão de obra”, alerta a pesquisadora Fernanda Teles, do Ipea.

Embora o crescimento traga benefícios ao consumidor — como mais acesso a produtos tecnológicos — ele levanta debates sobre soberania econômica, equilíbrio competitivo e a capacidade de resposta da indústria nacional.

FONTE: eshoje.com

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