BRICS defende inteligência artificial inclusiva e soberania digital em cúpula no Rio de Janeiro

Durante a 17ª Cúpula dos BRICS, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 6 e 7 de julho, os países-membros — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — aprovaram uma declaração conjunta em que reafirmam o compromisso com o desenvolvimento de uma inteligência artificial (IA) ética, aberta e inclusiva, especialmente voltada às necessidades dos mercados emergentes.

Com forte protagonismo brasileiro, a cúpula destacou a urgência de construir modelos de governança tecnológica que respeitem a soberania digital, a diversidade cultural e os direitos humanos. Um dos pontos centrais foi o apoio ao código aberto como estratégia para democratizar o acesso à IA, evitando a concentração de poder nas mãos de grandes plataformas tecnológicas ocidentais.

“Não basta falar em inovação — é preciso garantir que a transformação digital beneficie também os países em desenvolvimento”, declarou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos.

O grupo BRICS também manifestou apoio à criação de um Centro China–Brasil de Cooperação em Inteligência Artificial, que terá sede em São Paulo e atuará na formação de talentos, transferência de tecnologia e pesquisa aplicada. O centro integrará universidades, institutos de pesquisa e empresas dos dois países em áreas como saúde, agricultura, segurança pública e educação.

A África do Sul e a Índia defenderam, ainda, maior presença africana nos fóruns globais de regulação tecnológica, pedindo uma “IA centrada nas realidades do Sul Global”.

A iniciativa é considerada uma resposta estratégica ao avanço acelerado das big techs e aos debates internacionais sobre o uso ético de algoritmos, privacidade de dados e impacto da automação no emprego.

FONTE: techafricanews.com