Durante as discussões sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) 2024–2034 no Senado Federal, especialistas em políticas públicas e representantes do setor educacional defenderam, nesta quarta-feira (2), metas mais ousadas para a conectividade digital nas escolas públicas brasileiras.
O texto preliminar do PNE prevê que 50% das escolas estejam conectadas com internet de alta velocidade até 2030, e 100% até o fim da vigência do plano. No entanto, educadores, pesquisadores e técnicos do setor privado consideraram as metas pouco realistas diante das exigências atuais do ensino híbrido e das desigualdades digitais persistentes.
“É impensável imaginar uma escola de ensino médio hoje sem acesso digital pleno. O Brasil precisa acelerar essa conectividade, especialmente nas áreas rurais e periferias urbanas”, afirmou o professor André Rodrigues, da Universidade de Brasília (UnB), durante audiência pública no Senado.
A representante do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), Camila Pires, destacou que atualmente menos da metade das escolas públicas brasileiras têm conexão adequada para uso pedagógico com múltiplos dispositivos. “Não se trata apenas de ter internet, mas de ter banda suficiente, equipamentos e formação digital para os docentes”, reforçou.
O debate também trouxe à tona o papel do setor privado e das parcerias público-privadas na modernização da infraestrutura escolar. Segundo dados apresentados pela Rede de Educação Conectada, mais de 30 mil escolas ainda operam com conexão inferior a 10 Mbps, o que inviabiliza o uso pleno de plataformas digitais.
A relatora do PNE na Câmara, deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), sinalizou que a questão da conectividade deve ganhar reforço na nova versão do texto. “Vamos lutar para que a educação digital seja tratada com a prioridade que merece. A pandemia já mostrou que sem conexão, não há equidade educacional”, afirmou.
FONTE: senado.com