A Microsoft anunciou os resultados de uma pesquisa que mostra que sua nova ferramenta de inteligência artificial médica foi capaz de superar médicos humanos na identificação de condições clínicas complexas em testes controlados. A revelação, publicada nesta segunda-feira (1º) em revistas científicas e demonstrada em conferência internacional de IA, marca um avanço significativo na aplicação da tecnologia em diagnósticos e cuidados com a saúde.
Segundo a empresa, o sistema analisou prontuários, exames e relatos de sintomas e atingiu níveis de precisão superiores aos de médicos experientes em diversas áreas da medicina. A IA demonstrou, por exemplo, acerto em condições neurológicas raras, síndromes autoimunes e combinações de doenças que desafiam métodos diagnósticos tradicionais.
A Microsoft afirma que a ferramenta não será usada para substituir profissionais da saúde, mas sim como um recurso auxiliar, capaz de acelerar o processo diagnóstico, reduzir erros e ampliar o acesso à medicina de qualidade, especialmente em regiões carentes de especialistas. “Trata-se de uma colaboração homem‑máquina, e não de competição”, destacou a empresa em nota oficial.
Especialistas, no entanto, pedem cautela e regulação ética. A principal preocupação gira em torno da explicabilidade dos algoritmos, confiabilidade dos dados utilizados para treinamento e as implicações jurídicas em caso de diagnósticos incorretos. “Precisamos garantir que essas ferramentas sejam auditáveis, seguras e utilizadas dentro de protocolos clínicos claros”, alertou a pesquisadora britânica Emily Chen, da Universidade de Oxford.
Com o avanço, cresce também o debate sobre responsabilidades legais, impacto na formação médica e o equilíbrio entre inovação tecnológica e empatia no cuidado humano. A Microsoft afirmou que a ferramenta seguirá em fase experimental antes de qualquer liberação comercial, mas vê potencial para integração a sistemas hospitalares nos próximos dois anos.
FONTE: theguardian.com