O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, indicou nesta quarta-feira que poderá iniciar um ciclo de redução gradual das taxas de juros a partir de setembro, caso se confirme a tendência de arrefecimento da economia norte-americana. A sinalização veio após a divulgação de dados que mostram desaceleração no consumo das famílias e no setor imobiliário, dois pilares do crescimento dos EUA.
Atualmente em 5,50% ao ano, a taxa básica de juros nos EUA está em seu nível mais alto desde 2001. Segundo o comunicado do Fed, a instituição está “monitorando com atenção” os indicadores de inflação e emprego, e poderá realizar um corte de 0,25 ponto percentual já na próxima reunião, caso a trajetória de desinflação se mantenha.
“O arrefecimento do mercado de trabalho e a estabilização de preços em setores sensíveis reforçam o espaço para um ajuste técnico na taxa de juros, sem comprometer o controle inflacionário”, declarou Jerome Powell, presidente do Fed.
A expectativa de flexibilização monetária animou os mercados financeiros globais. Bolsas asiáticas, europeias e norte-americanas fecharam em alta, enquanto o dólar perdeu força frente a moedas emergentes. Para investidores e analistas, a mudança de tom do Fed representa uma inflexão relevante na política monetária global, após dois anos de aperto em reação à alta dos preços.
No entanto, o banco central norte-americano reforçou que os cortes serão graduais e condicionados à continuidade do processo de desaceleração da inflação, que atualmente gira em torno de 3,2% ao ano — ainda acima da meta de 2%.
FONTE: reutes.com