O Brasil registrou avanços no combate ao analfabetismo entre 2016 e 2024, mas ainda enfrenta um desafio significativo: cerca de 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais permanecem analfabetas. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua – Educação), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta segunda-feira (23).
A taxa nacional de analfabetismo caiu cerca de 15% no período analisado, refletindo esforços de inclusão educacional. No entanto, as desigualdades persistem e se concentram em regiões específicas e em grupos sociais historicamente marginalizados.
O Nordeste segue como a região com o maior número proporcional de pessoas analfabetas, e o problema é mais acentuado entre idosos e pessoas pretas ou pardas. Entre a população com 60 anos ou mais, por exemplo, o analfabetismo atinge 21,8% dos pretos ou pardos, índice quase três vezes maior que o registrado entre brancos da mesma faixa etária (7,8%).
Especialistas apontam que, apesar do progresso, a estagnação de políticas de alfabetização de adultos nos últimos anos e a evasão escolar na juventude têm contribuído para a persistência do problema. O cenário indica que, mesmo com a prorrogação do Plano Nacional de Educação (PNE) até 2025, as metas para erradicação do analfabetismo dificilmente serão cumpridas no prazo.
O Ministério da Educação promete reforçar os investimentos em educação de jovens, adultos e idosos, com programas específicos de alfabetização e permanência escolar. A expectativa é que o novo PNE, atualmente em elaboração, incorpore metas mais eficazes para reduzir as desigualdades regionais e raciais no acesso à alfabetização.
FONTE: poder360.com