O Brasil deu um passo decisivo rumo ao futuro da televisão digital ao acelerar a adoção do padrão ATSC 3.0, também conhecido como DTV+ no país. A novidade foi destaque nesta segunda-feira durante o NextGen Broadcast Meeting, realizado nos Estados Unidos, com presença de representantes de radiodifusão, tecnologia e autoridades reguladoras de diversos países.
Segundo os organizadores do evento, o Brasil já concluiu a implantação do layer físico do novo padrão, o que o coloca entre os países mais avançados na implementação da tecnologia. Testes em campo estão sendo realizados no Rio de Janeiro, com destaque para recursos como transmissão segmentada de publicidade, datacasting (transmissão de dados para dispositivos além da TV) e interatividade em tempo real.
O ATSC 3.0, que já vem sendo utilizado em alguns mercados dos EUA e da Coreia do Sul, permite transmissão de sinal 4K, som imersivo, alertas públicos geolocalizados e integração com dispositivos móveis e smart TVs — funcionalidades que transformam a TV aberta em uma plataforma altamente conectada e personalizável.
O presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Helio Doyle, destacou a importância da transição para o novo modelo: “A TV pública e comercial no Brasil precisa competir com grandes plataformas de streaming. O DTV+ é a resposta tecnológica que nos permitirá oferecer uma experiência moderna, interativa e inclusiva para a população.”
Entre os diferenciais do novo padrão está a possibilidade de acesso a serviços públicos, educação à distância e campanhas de saúde por meio da TV, mesmo em regiões com internet limitada. Além disso, emissoras poderão explorar publicidade segmentada, oferecendo anúncios diferentes para públicos distintos — recurso antes restrito ao ambiente digital.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Ministério das Comunicações devem publicar, nas próximas semanas, um cronograma oficial para a migração em larga escala. A expectativa é de que até 2028 o ATSC 3.0 esteja plenamente implementado nas principais regiões metropolitanas do Brasil.
FONTE: tvtecnology