O Brasil alcançou, pela primeira vez na história, a marca de mais de 20% da população adulta com ensino superior completo, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice, que era de 19,7% em 2023, subiu para 20,5% em 2024, representando um avanço no acesso à educação de nível superior no país.
O crescimento é atribuído à ampliação de vagas em universidades públicas e privadas, programas de incentivo como Prouni, Fies e o sistema de cotas, além da expansão do ensino a distância (EaD), que tem se mostrado uma alternativa viável para milhões de brasileiros.
De acordo com o levantamento, o número de formandos por ano passou de 1,3 milhão para 1,5 milhão entre 2020 e 2024, sendo que as áreas mais procuradas foram Administração, Direito, Enfermagem, Pedagogia e Tecnologia da Informação.
Apesar do avanço numérico, o estudo revela que persistem fortes desigualdades sociais e regionais. O Sudeste concentra mais de 45% dos diplomados, enquanto o Norte não chega a 10%. Além disso, a presença de pessoas negras no ensino superior ainda é proporcionalmente menor, embora tenha crescido nos últimos anos graças às políticas de inclusão.
Outro dado que chama atenção é o aumento da participação feminina no ensino superior: mulheres representam hoje 59% dos formandos, número que vem crescendo desde a década passada.
Para especialistas, o desafio agora é elevar a qualidade da formação, melhorar as taxas de conclusão dos cursos (especialmente no EaD) e conectar melhor o ensino superior ao mercado de trabalho. “É fundamental garantir não só o acesso, mas também a permanência e a empregabilidade dos egressos”, afirma a pesquisadora em políticas educacionais Ana Paula Silva.
O Ministério da Educação celebrou os dados e anunciou que pretende lançar, ainda este ano, um programa nacional de apoio à permanência estudantil para reduzir a evasão, especialmente entre alunos de baixa renda.
FONTE: IBGE