O mercado financeiro nacional volta suas atenções nesta semana para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para os dias 17 e 18 de junho. A expectativa majoritária entre analistas é de que o Copom mantenha a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 14,75% ao ano, sinalizando o fim do atual ciclo de alta iniciado em 2021.
A perspectiva de estabilidade na Selic ocorre em meio à desaceleração da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de apenas 0,26% em maio — abaixo da previsão de 0,33% — e acumulou 5,32% nos últimos 12 meses, indicando tendência de controle dos preços, embora ainda acima do teto da meta inflacionária de 4,5% para 2025.
A manutenção da taxa de juros pode representar um alívio para setores como a indústria, o comércio e o crédito imobiliário, todos impactados pelo custo elevado do financiamento nos últimos anos. “Com o IPCA desacelerando, o BC pode manter a taxa, abrindo espaço para cortes futuros caso o cenário fiscal se estabilize”, afirmou André Perfeito, economista-chefe da Necton.
Entretanto, parte dos analistas ressalta que o cenário ainda é de cautela. A dívida pública em alta e a indefinição sobre o novo arcabouço fiscal geram insegurança sobre o espaço para reduções mais agressivas da Selic no curto prazo. O próprio Banco Central, em comunicados anteriores, reforçou o compromisso com a convergência da inflação à meta, o que pode manter os juros altos por mais tempo que o desejado pelo mercado.
O anúncio da decisão do Copom será feito na quarta-feira (19), após o encerramento do segundo dia da reunião. O resultado terá impacto direto sobre o câmbio, o mercado de ações e a estratégia de investimentos do setor produtivo.
FONTE: economia.uol