O Brasil registrou, em 2023, a menor taxa de analfabetismo da série histórica iniciada em 2016. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5,3% da população com 15 anos ou mais ainda não sabem ler ou escrever — o equivalente a cerca de 8,6 milhões de pessoas.
Esse resultado representa uma leve queda em relação a 2022, quando o índice era de 5,6%, e mantém a tendência de redução contínua observada na última década. A taxa era de 6,6% em 2016, início da série, o que mostra uma queda de 1,3 ponto percentual no período.
A região Nordeste ainda concentra o maior número de pessoas analfabetas, com taxa de 11,5%, embora tenha apresentado melhoria em comparação aos anos anteriores. Já o Sul (3,1%) e o Sudeste (3,3%) apresentam os menores índices do país. A disparidade regional continua sendo um dos principais desafios para a erradicação total do analfabetismo no Brasil.
Além disso, o levantamento revela diferenças significativas entre os grupos etários: entre os jovens de 15 a 19 anos, a taxa de analfabetismo é praticamente nula (0,6%), enquanto entre os idosos acima de 65 anos, o índice salta para 18%.
Segundo especialistas, os avanços refletem esforços em políticas públicas de acesso à educação básica, alfabetização de jovens e adultos, e campanhas de inclusão social. No entanto, alertam que o ritmo de redução ainda é lento frente às metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que previa zerar o analfabetismo até 2024.
O Ministério da Educação (MEC) informou que novos programas de alfabetização de adultos estão sendo planejados para ampliar o alcance das políticas existentes e acelerar a erradicação do analfabetismo, especialmente nas regiões mais afetadas.
FONTE: folha.uol