O dólar comercial encerrou esta terça-feira (10) cotado a R$ 5,56, com queda acumulada de 2,74% no mês de junho. É o menor patamar da moeda norte-americana desde outubro de 2024 e reflete a reação positiva do mercado às sinalizações do governo federal sobre um novo pacote fiscal, que deve ser anunciado nos próximos dias como alternativa à ampliação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A expectativa em torno de medidas voltadas ao equilíbrio das contas públicas tem animado investidores, reduzindo a percepção de risco e favorecendo a valorização do real. O movimento também ocorre em meio a uma menor pressão externa, com o dólar registrando desvalorização frente a outras moedas de países emergentes.
Apesar do alívio no câmbio, o Ibovespa recuou 0,41% no pregão, encerrando o dia aos 135.699 pontos. O desempenho negativo foi atribuído à cautela dos investidores diante da indefinição sobre os detalhes das propostas fiscais e à realização de lucros após altas consecutivas nos últimos dias.
Especialistas afirmam que o câmbio mais baixo pode aliviar pressões inflacionárias e favorecer setores como importação de insumos e viagens internacionais. No entanto, alertam que a manutenção do cenário favorável dependerá da clareza e efetividade das ações fiscais. “O mercado está reagindo bem ao discurso, mas vai cobrar entrega. Sem consistência, essa valorização pode ser passageira”, avaliou o economista Gustavo Oliveira.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou nesta semana que o governo trabalha para reduzir o déficit fiscal sem recorrer a medidas impopulares, e que as propostas priorizarão a ampliação da base de arrecadação sem penalizar o consumo das famílias. O detalhamento deve ocorrer ainda nesta semana.
FONTE: agenciabrasil.com