Nesta segunda-feira (9), a Organização das Nações Unidas (ONU) fez um alerta contundente sobre os impactos da redução no financiamento internacional de ajuda humanitária, classificando-os como “ameaçadores à vida”. A advertência partiu do diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner, em discurso oficial durante conferência global sobre cooperação internacional.
De acordo com Steiner, vários países desenvolvidos reduziram ou suspenderam contribuições para programas de combate à fome, saúde, educação básica e resposta a emergências — iniciativas que atendem milhões de pessoas em zonas de conflito, campos de refugiados e regiões afetadas por desastres climáticos.
A queda na Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD) em 2024 foi de 7%, de acordo com dados da OCDE, representando a maior retração desde 2011. A diminuição nos repasses já afeta diretamente operações em países da África Subsaariana, América Latina e Oriente Médio.
“A falta de financiamento não é uma questão de capacidade, mas de escolha política. Os recursos existem, mas estão sendo direcionados a outras prioridades”, destacou o dirigente da ONU. Ele enfatizou que a manutenção e ampliação desses programas são essenciais para a estabilidade global, pois evitam crises migratórias, colapsos sanitários e conflitos sociais.
Agências como o ACNUR, o Unicef e o Programa Mundial de Alimentos relataram recentemente a suspensão de projetos em andamento por falta de verba, com impactos diretos em populações vulneráveis — incluindo milhares de crianças que dependem de alimentação escolar e atendimento médico básico.
A ONU agora busca mobilizar doadores e renovar compromissos multilaterais com foco na agenda 2030 de desenvolvimento sustentável. A expectativa é que novos acordos sejam firmados ainda neste semestre, especialmente nos temas de combate à pobreza extrema, resiliência climática e inclusão educacional.
FONTE: ft.com