Inflação desacelera em maio e surpreende mercado; IPCA-15 sobe 0,36%

A prévia da inflação oficial no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), registrou alta de 0,36% em maio, abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma elevação próxima de 0,44%. O dado, divulgado nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica uma desaceleração em relação ao índice de abril, quando a prévia havia subido 0,21%.

Entre os fatores que contribuíram para o arrefecimento da inflação estão a queda expressiva de 11,18% nas passagens aéreas, que exerceram forte influência negativa no grupo Transportes, e o comportamento mais contido dos preços dos alimentos. Segundo o IBGE, a retração nas tarifas aéreas reflete a redução da demanda fora de períodos de alta temporada e ajustes na oferta.

Apesar da desaceleração mensal, o IPCA-15 acumula alta de 3,12% no ano e de 5,4% nos últimos 12 meses, patamar que ainda se encontra acima do centro da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3%, com margem de tolerância de até 4,5% para 2025.

Sete dos nove grupos pesquisados apresentaram alta em maio, com destaque para Saúde e Cuidados Pessoais (1,07%), puxado pelo reajuste autorizado nos preços de medicamentos. Já o grupo Alimentação e Bebidas teve leve variação de 0,26%, com os alimentos consumidos no domicílio registrando desaceleração em produtos como frutas, leite e derivados.

A leitura do IPCA-15 é considerada um dos principais termômetros da trajetória da inflação e serve de referência para as decisões do Banco Central sobre a taxa básica de juros, a Selic. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para junho, e os dados recentes reforçam a expectativa de que o espaço para novos cortes na Selic pode ser mais limitado, a depender do comportamento da inflação corrente e das expectativas para 2026.

FONTE: Agência Brasil, Money Times