A alfabetização na idade certa tem se consolidado como uma das maiores prioridades das redes municipais de ensino no Paraná, especialmente após os impactos da pandemia de Covid-19 sobre os anos iniciais da educação básica. Em cidades como Apucarana, Arapongas e Jandaia do Sul, gestores públicos têm intensificado investimentos em formação de professores, avaliação diagnóstica e programas de apoio pedagógico para garantir que as crianças aprendam a ler e escrever até os sete anos de idade, como orienta o Ministério da Educação.
De acordo com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), a taxa de crianças com desempenho adequado em leitura e escrita até o 2º ano do ensino fundamental ainda está abaixo do ideal em muitas regiões do país. No entanto, municípios do Vale do Ivaí vêm apresentando avanços. Apucarana, por exemplo, aderiu ao programa federal “Compromisso Nacional Criança Alfabetizada” e está implementando metodologias ativas de ensino e monitoramento contínuo da aprendizagem.
“A primeira infância é a fase mais decisiva do desenvolvimento humano. Por isso, temos investido em professores qualificados, materiais específicos e um currículo alinhado às diretrizes nacionais”, afirmou a professora Marli Fernandes, secretária municipal de Educação de Apucarana.
Outro destaque da região é o fortalecimento da educação infantil nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), com turmas organizadas por faixa etária, acompanhamento nutricional e inclusão de atividades de letramento desde os primeiros anos. Arapongas, por sua vez, vem apostando em avaliações individualizadas e ações formativas com foco em neurociência aplicada à aprendizagem.
O governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Educação, também lançou em 2024 o programa “Educar para Crescer”, que oferece apoio técnico aos municípios e repasse de materiais pedagógicos voltados à alfabetização estruturada.
Especialistas apontam que investir na alfabetização precoce é essencial não apenas para o sucesso escolar, mas também para reduzir desigualdades sociais e ampliar o acesso a oportunidades ao longo da vida. Segundo o Instituto Ayrton Senna, crianças alfabetizadas até os 7 anos têm quatro vezes mais chances de concluir o ensino médio.
FONTE: INEP, MEC e entrevistas com gestores municipais